Explicitação de Critérios – exigência fundamental de uma avaliação ao serviço da aprendizagem In: “Pensar avaliação, melhorar a aprendizagem”/IIE Lisboa: IIE, 1994

A avaliação escolar tem sido dominada pelo ideal da medição objectiva. Nesta perspectiva pressupõe-se que é possível quantificar com rigor as aprendizagens realizadas. Para tal basta, utilizando rigorosos instrumentos de medida, comparar, no final de um período de aprendizagem, mais ou menos longo, os produtos obtidos pelos alunos (em geral resultados de provas ou de testes de papel e lápis) com os objetivos previamente definidos.

….. é necessário mudar de paradigma, entender a avaliação como um instrumento de regulação contínua do processo de ensino aprendizagem, no qual se integra e sobre o qual recolhe informação tendo em vista orientar quer a ação pedagógica do professor quer a atividade de aprendizagem do aluno. É necessário valorizar a dimensão formativa da avaliação ou, nas palavras de Hadji (1992), desenvolver a perspectiva de uma aprendizagem assistida pela avaliação.

2022-23

A avaliação das crianças na educação pré-escolar realiza-se sempre em contexto. Quer isto dizer que observar o que as crianças fazem, dizem e como interagem e aprendem constitui a estratégia fundamental de recolha de informação. Mesmo que o educador possa (e deva) recorrer a outros registos para reconstituir e compreender o processo educativo e as aprendizagens das crianças (produções individuais das crianças ou registos audiovisuais), estes só assumem pertinência se integrados na observação direta das relações que as crianças estabelecem com o espaço, materiais, tempo, atividades, colegas e adultos em contexto de jardim-de-infância. A avaliação é unicamente formativa, focada nos processos de aprendizagem e menos nos produtos (Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar, despacho n.º 9180/2016, de 16 de julho).